Porque as máscaras FFP2 são obrigatórias?

Em apenas alguns meses, as máscaras deixaram de ser um elemento de uso quase restrito a ambientes de saúde para se tornarem as melhores aliadas no combate ao Coronavírus em todo o planeta. Numerosos países adaptaram os seus regulamentos para promover e incentivar o seu uso e, no caso de Portugal, é obrigatório usar máscaras cirúrgicas desde o passado 21 de maio. Embora esta lei tenha algumas nuances: em primeiro, afeta apenas aqueles com mais de 6 anos; em segundo, deve ser cumprida apenas se não for possível garantir uma distância mínima de 2 metros em relação às pessoas com quem não se convive.

Onde a norma foi menos precisa foi no tipo de máscara a ser usada. E, como resultado, nesses meses, modelos e designs proliferaram. Ainda que, tal e como destaca a guia publicada pelo Ministério de Consumo. É possível classificá-los em três grupos básicos de acordo com seu grau de proteção: higiénicas, cirúrgicas e de tipo EPI. Então, a partir daqui pode encontrar mais subtipos com base no seu material, durabilidade, respirabilidade, etc.

Em qualquer caso, a regra de ouro no momento de obter qualquer um destes tipos de máscara é consultar o rótulo, para confirmar se o modelo específico foi testado e se cumpre os padrões de qualidade que garantem uma correta capacidade de filtração bacteriana, visto que esta deve ser maior que 90%.

Por exemplo, no caso das higiénicas devem cumprir com as especificações nacionais UNE0064 e UNE0065, as cirúrgicas com a UNE EN 14683 e as EPI com a UNE EN 149. Sem esquecer a presença de um selo de certificado: CE (da Europa), NIOSH (dos Estados Unidos) oo KN95 (da China).

A importância das máscaras FFP2 homologadas

A comunidade científica tem trabalhado contra-relógio nestes meses para investigar e compreender o Coronavírus em profundidade.  Graças a isso, há cada vez mais estudos para descobrir quais as melhores medidas para impedir a sua expansão. E, no início do ano, um dos grandes debates que está na mesa dos responsáveis políticos e nas ruas é a adequação do uso de máscaras do tipo FFP2 para o dia a dia.

Países próximos como França, Áustria ou Alemanha já pedem aos seus cidadãos que utilizem, nos espaços públicos, estes modelos face ao tipo cirúrgico. Portanto, deve-se esclarecer que nestes territórios as FFP2 não são estritamente obrigatórios, visto que sua alternativa são as máscaras cirúrgicas. Mas, o que fica claro, é que já existe uma tendência marcante que procura limitar o uso de modelos menos eficazes, como os de tecido.

E no que respeita a Portugal, não há instrução definida e os cidadãos ainda podem escolher livremente as máscaras que usam. Mas os dados são claros e já revelam que a compra dos modelos FFP2 cresceram em Portugal 58% nos últimos dias. Por isso, na Henry Schein queremos responder a algumas das preguntas mais habituais que as pessoas fazem sobre estes mecanismos de proteção e sobre a sua verdadeira utilidade:

1. O que significam as siglas FFP2?: ‘Filtering Face Pieces’, enquanto que o número (2) refere-se ao modelo em função da sua capacidade de filtragem.
2. As máscaras FFP2 são boas?: Cumprindo com a premissa já mencionada de que devem vir acompanhadas de uma correta homologação, as FFP2 asseguram ao seu portador uma filtração bacteriana de, pelo menos, 92%. Portanto, estão por cima do mínimo de 90% que recomenda a comunidade científica para garantir a segurança de quem as usa.
3. As FFP2 são EPI?: Sim, inicialmente, estas máscaras foram recomendadas para uso por pessoas que trabalham para o público ou são especialmente vulneráveis a infecções. Diferenciam-se das cirúrgicas porque filtram principalmente o ar inalado, não apenas o ar exalado, de modo que protegem especificamente o usuário.
4. Que diferença existe entre as máscaras FFP2 e as FFP3?: Fundamentalmente, o que distingue umas das outras é o seu poder de filtração. Como já referimos, nas FFP2 falamos de uma eficácia de 92% em concentrações ambientais de até 12 VLA o que é o mesmo que, valor limite ambiental de exposição (média eficácia); e nas FFP3 de uma capacidade de filtração de 98% em ambientes de concentrações ambientais de até 50 VLA (alta eficácia).
5. As máscaras FFP2 são reutilizáveis?: Depende do modelo e do fabricante. Normalmente, a etiqueta do produto inclui um ‘R’ (reutilizável) ou um ‘NR’ (não reutilizável).
6. Há máscaras FFP2 laváveis?: Inicialmente estavam pensadas para não o ser, mas o avanço do Coronavírus incentivou a criação de modelos laváveis de máscaras FFP2. Desta forma, como já referimos, isso dependerá do modelo e do fabricante. Se estiver indicado no rótulo, podem ser lavadas um número limitado de vezes. Mas sempre lembrando que, quanto maior o número de lavagens, menos eficaz é a sua capacidade de filtração.
7. Qual é a duração das máscaras FFP2?: Sejam ou não reutilizáveis-laváveis, estima-se que a sua eficácia não ultrapasse as 4-8 horas, dependendo do seu uso e vedação, bem como do ambiente. Portanto, recomenda-se controlar o seu estado e descartar a máscara FFP2 ou lavá-la – se permitir – quando este tempo de uso for ultrapassado ou ela se apresente suja ou húmida.
8. As máscaras FFP2 são adequadas para as crianças?: Sim, mas o problema é que hoje, não há modelos seguros para os mais pequenos. Em princípio, o seu design era destinado para o uso exclusivo de adultos, mas a pandemia fez com que algumas marcas vendessem um modelo de menor tamanho para torná-lo acessível também às crianças. No entanto, ainda não há estudos que demonstrem a eficácia dessas máscaras em particular.